
Julio “Detefon” é um cara caracterizado pelo o seu estilo bem overall, anda em qualquer terreno. Skatista que na sua época de amador era caracterizado por se preocupar pelo o futuro do esporte do nordeste, ele reivindicava pela melhoria do julgamento e da premiação dos campeonatos que participava. Foi campeão do primeiro circuito Nordestino de 1998. Hoje em dia, depois da revista Method sair do ar, ele e seu amigo Tiago Rocha, criaram um novo projeto, uma nova revistinha que se chama “Ôxe”, uma palavra muito forte no vocabulário nordestino. Logo abaixo vocês vão poder ler uma entrevista que eu fiz com o grande Julio Detefon pelo MSN, espero que gostem...
Nome: Julio Cesar Gentil da Cruz "Detefon".
Idade: 30 anos, 15 de skate.
Localidade: Aracaju-SE.
Patrocínios: GO Skateboards.
Apoio: Gobby Trucks.
[detefon]: Comecei através de uma bola que rolou ladeira a baixo, bem para onde uns amigos andavam de skate, daí mesmo descalço, eu peguei um skate emprestado e pulei a Jump (que era alta viu) se acertei? Puts! Claro que não, na verdade me lasquei todo do outro lado! E foi isso que me fez partir para o skate, pois tinha gente que já andava fazia tempos e não tinha a coragem de tentar pular a jump, e eu logo de cara fui e me joguei.
[detefon]: Então, na verdade o Tiago Rocha já fazia um zine de quatro paginas (uma folha dobrada) chamado Cyberboard Info e o site Cyberboard, e conversou comigo que queria fazer o zine crescer, e entre reuniões para escolher um nome para a empreitada, surgiu o nome Ôxe! Pois a gente falava os nomes e o outro dizia, Ôxe! Que nome é esse hahaha! E com a ajuda do Rodrigo Kbça da revista Tribo Skate a gente resolveu que o nome seria esse, Ôxe! Hahaha! Surgiu assim!
[detefon]: Sempre achei que os eventos de skate sem os skatistas não são nada! O skate pode sobreviver sem campeonatos, os mesmos não existem sem os skatistas! Portanto, os organizadores têm que pensar mais na galera que participa dos mesmos, tanto com as rampas que é o cartão de apresentação de um evento, assim também como a premiação, em relação à quantidade e qualidade! E isso em muitos lugares não existe ainda até hoje! Muita gente que faz campeonatos desvia premiação para suas lojas, ou para uso pessoal etc. Quando não fazem, alguns trocam as premiações que chegam por coisas antigas da loja, mofadas, manchadas etc. Bom, acho que respondi essa pergunta né?
[detefon]: Sei lá, na verdade não senti muita coisa não, claro que é legal ser campeão de um circuito, e logo sendo Nordestino, mas naquele ano o circuito passou apenas por três estados, Sergipe, Bahia e Ceará, na verdade as três potencias do skate da época, mas muitos skatistas não participaram do circuito todo por ser caro, principalmente a etapa do ceará, assim também Bahia e Sergipe para os cearenses entende? Tipo, eu e mais outros que tinha patrocínio conseguiam correr todas, na verdade isso é até hoje! O circuito Nordestino é o mais caro de todo Brasil para os atletas. Bom, na verdade me senti muito bem anos depois, pois fui Bi-campeão Pernambucano, Campeão Alagoano e campeão junto com Canelinha de Fortaleza-CE do Circuito Potiguar, realizado pela loja NIX de Natal onde aconteceram apenas duas etapas e ficamos com os mesmos pontos.
[detefon]: A Method foi responsável por todas as coisas positivas que o skate Nordestino passou, revelou muitos atletas para o Nordeste e Brasil. Na verdade muita gente colheu muitos frutos plantados pelo Robson, eu, Jason, Ticiano, Daniel Tavares, Juninho ET, Cara de Sapo, Lucio Mosquito, Charles Reginaldo, Thiago Amorim, Daniel Cunha, Jorge Medeiros e por ai vai. Digamos que a Method foi uma importante vitrine para muita gente!
[detefon]: Vixeeeeeee! O Diários de Motoca foi uma viagem mágica, inexplicável mesmo! Tipo, sempre fui conhecido por minhas viagens pelo Brasil, sempre na estrada! E daí após ver o Filme (Diários de Motocicleta) fiquei louco e a idéia me veio na hora, entrei em contato com duas revistas de skate do Brasil e no outro dia uma tinha respondido o e-mail já querendo comprar a idéia. Nossa, foi louco demais! Viajei e fechei pessoalmente com a revista 100%. E então tudo deu certo, apesar de que a gente improvisou demais a viagem, já que a idéia inicial seria de ir somente até Fortaleza-CE e acabamos indo até São Luiz do Maranhão, ou seja, percorremos todo o Nordeste numa moto CG 150 com dois skatistas, sete shapes, duas mochilas pesadas, fotográfica e muita coragem hahaha! A segunda viagem vai ser esse ano hahaha!
[detefon]: Sim, penso nisso desde o inicio, ou melhor, pensamos nisso, já que a Revista é feita com três pessoas trabalhando diretamente (Eu, Sabrina Neto e Helder Correia) e muitos colaboradores que sempre estão nos ajudando sempre. Um dos que está sempre com a gente é o Daniel Tavares de Fortaleza-CE. Mas no Nordeste é difícil manter uma revista só de skate, não existem muitas marcas, na verdade têm muitas, mas ainda pequenas e com isso fica complicado de fazer algo só relacionado ao skate. Lançar a Ôxe nesse formato de zine já é difícil, imagine crescer o tamanho. Mas demos um grande passo agora que é a coloração total. Mas vamos trabalhando!
[detefon]: Foi bastante legal, apesar de eu não querer isso, pois preferia ficar como Amador mesmo! Mas foi proposta de um patrocinador da época (QIX) e então fui e passei um ano morando entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Foi uma experiência muito boa! Mas tive que voltar para o Nordeste, e viver de skate sendo profissional aqui é sinistro demais! Muito melhor de Amador, motos, laptops etc. hahaha!
[skate vídeos]: Como você acha que irá ficar o skate no nordeste daqui a alguns anos?
[detefon]: Olha, na verdade não sei tipo, estou achando a renovação do skate muito devagar, antes tinha muito mais gente andando muito bem, os eventos eram mais disputados, muitos nomes surgiam e para ficar! Hoje surgem poucos alguns desiste, a idade vem às responsabilidades crescem e a galera tem que optar em trabalhar para sobreviver. É só olhar a volta, os caras que estão andando bem e que estão se mantendo no skate, tem certa condição financeira e não precisam se preocupar com trabalho e sim em apenas estudar, passar de ano e ganhar presentes por isso dos pais.
[detefon]: Hahaha! Olha, por enquanto está difícil em alguns lugares, a Ôxe! Chega bem em Fortaleza-CE, Teresina-PI, Maranhão, Sergipe, Bahia, Alagoas, Recife... Nos outros lugares está difícil por falta de contatos que sejam sérios e queiram que a mesma cresça. Tem lugares que nem quero citar, onde nunca pagaram pela revista e nunca devolveram também! Mas isso é por causa de poucas pessoas, portanto, para quem não mora nos lugares que citei acima, e querem adquirir um exemplar, mandem e-mail para oxeskate@hotmail.com que combinamos tudo certinho.
[detefon]: Hummm... Olha, por tantas coisas que vejo acontecer no mundo, não penso mais dessa forma, sobre fazer planos para o futuro! Metas? Sim, tenho! Mas todas elas para agora! O futuro é transformado em presente a cada minuto, os minutos que passam já pertencem ao passado. Portanto, vou vivendo de acordo com as situações.
[skate vídeos]: Agradecimentos Finais...
[detefon]: A todos os skatistas do Brasil, principalmente os nordestinos que são guerreiros, aqueles que dão o sangue mesmo! Que andam de verdade! Não falo de andar bem, falo daqueles skatistas que amam mesmo andar, que pensam COLETIVO para o skate mudar aqui na região de uma vez por todas. E isso vem acontecendo, skatistas montando suas próprias marcas, fazendo a grana circular entre eles, ajudando mesmo que sem poder em eventos, skatistas etc.
Agradeço a todos que arregaçam as mangas e não esperam por prefeituras e governos que em vários lugares só se metem com pessoas que só querem ganhar em cima, e muito viu! Agradeço a todas as marcas na qual fiz parte como skatista, Robson da Method, e uma pá de gente de todos os estados do Nordeste!
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